No que toca a exportações, a Alemanha tem uma vantagem que a faz destacar-se dos restantes países. O segredo para o sucesso das exportações alemãs reside no outro lado do Atlântico, mais concretamente nos Estados Unidos da América.
As empresas alemãs não precisam de TTIP – Transatlantic Trade and Investment Partnership, também conhecida como Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento – para convencer os americanos a comprar os seus produtos. Analisando as exportações alemãs, percebemos que os EUA ultrapassam a França como cliente. Mesmo no meio da crise europeia, e apesar dos escândalos dos processos de indemnização contra empresas como a Bayer, Deutsche Bank e VW, as exportações alemãs para os EUA continuaram a crescer.
Só no ano de 2015, a Alemanha exportou um total de 114 mil milhões para o outro lado do Atlântico. Isto ultrapassa os valores de exportações da Itália e Polónia juntas, no mesmo ano! A Alemanha conseguiu, em 2015, que o excedente da balança comercial chegasse aos 50 mil milhões de euros.
Enquanto o resto da Europa continua a discutir a TTIP, as empresas alemãs continuam a escalar o valor de exportações. No entanto, a harmonização do standard dos produtos poderia ser benéfica para a indústria alemã.
As exportações alemãs
Os dados relativos ao mês de Julho evidenciam uma quebra nas exportações em 10%, comparando com o período homólogo. Assim, o consumo interno passou a ser o principal motor de crescimento da economia alemã em 2016. Porém, os economistas estão seguros que os valores de exportações alemãs vão voltar a aumentar nos próximos dois anos.
O Instituto dos Estudos Económicos de Kiel avançou uma estimativa do crescimento das exportações alemãs nos próximos dois anos. Em 2017 este valor deverá crescer 4% e, em 2018, subir para os 6%.
Tendo em conta o excedente na balança produtiva, a Alemanha deverá recuperar já no final deste ano o título de campeã das exportações, ultrapassando a China. As estimativas do IFO, de Munique, aponta para um excedente comercial de 275 mil milhões de euros. Isto corresponde a 8,9% da economia.
Mas não é só a parceria TTIP que beneficia as exportações alemãs. A verdade é que a procura por produtos alemães não são muito sensíveis a variações de preços. Muitas empresas na Alemanha são líderes de mercado no seu sector. Outras conseguem vingar em nichos de mercado onde existem poucos concorrentes.
Claro que a indicação “Made in Germany” continua a ser sinónimo de qualidade acima da média. E os clientes da Alemanha não se importam de pagar pela qualidade dos produtos. Outro aspeto que faz a Alemanha destacar-se é a oferta de soluções completas aos seus clientes. Todos estes fatores levam à fidelização de clientes e limita a concorrência, mesmo com variação de preços.